Por André Barbi
Todos
os dias, e isso já faz alguns anos, surgem notícias sobre corrupção.
Com ela envolvem-se desde ministros, deputados, senadores, vereadores,
chefes do poder executivo, secretários, juízes, desembargadores,
procuradores, servidores concursados, comissionados infiltrados,
empresários, jornalistas, reitores, partidos políticos, sindicatos, até
diretores de empresas públicas. Os fatos indicam a banalidade da
corrupção! Chega-se ao ponto de alguns políticos vibrarem com a
proliferação da corrupção, inclusive no judiciário, para, com isso,
poder dizer: não somos só nós, eles também não são santos!
Em
um tempo não muito distante, o cidadão brasileiro não sabia nada sobre
corrupção e sobre como ela acontecia, mas acontecia! No entanto, o
desconhecimento era um álibi. Hoje, sabe-se como, onde, quem está
envolvido e quando a corrupção acontece. Não é possível admitir o
descaso, o desafio é combatê-la! Identificar a quantidade de recursos
públicos desviados, buscar a reposição e punir os responsáveis ativos e
passivos.
A corrupção não punida causa dois problemas: um, a generalização; outro, a vulgarização da honestidade. Um ou outro contamina a república.
Ulysses
Guimarães, no discurso da promulgação da atual Constituição, em 1988,
afirmou: "a moral é o cerne da pátria, a corrupção é o cupim da
república!" A corrupção não pode ser vista como um mero desvio de
recursos dos cofres públicos para o bolso de alguém, pois se trata de
subtração de cidadania.
A questão não passa por investigar apenas quanto
foi desviado de recursos, por exemplo, da merenda escolar, mas em
entender como alguém, com a conivência de muitos, não se importa em
causar danos irreparáveis à vida de crianças. E como outros, ao saber
disso, não se indignam. Perder essa percepção significa desprezar a
dignidade humana e diminuir-se como ser humano.
O
combate à corrupção exige comprometimento, acompanhamento, cobrança
pública e especialmente a compreensão de que a corrupção é ao mesmo
tempo um problema de todos e de cada um, pois é na omissão dos bons que
ela se instá-la. A corrupção ocupa o espaço deixado pela acomodação,
pela inércia e pela individualização de valores. Se cidadão cuidar
apenas de si, esquecendo-se de seu compromisso com a democracia, a
república deixa de ser pública e se coloca à disposição dos maus. A
omissão do cidadão produz a ocasião e a ocasião faz o ladrão! Esse é o
risco!
Fonte: http://cidadaniaedemocracia.blogspot.com/
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